O DESIGN DO COTIDIANO
PUBLICADO EM DESIGN POR JANNINE DIAS
O dilema mais enfrentado entre os profissionais e estudantes de design gráfico é ter de explicar sua profissão constantemente. Você não é desenhista, não é arquiteto, não conserta computador. Afinal, porque o designer gráfico quer ser reconhecido? O que ele faz de tão especial?
Em muitas cidades brasileiras ainda se enfrenta um impasse ao escolher o design gráfico como profissão. A família geralmente se decepciona com a escolha, esperava uma profissão "mais promissora". A pergunta: “mas o que um designer gráfico faz, afinal?” É parte do cotidiano do estudante e do profissional formado. Há quem pense que o designer passa o dia desenhando, os que acreditam ser um desperdício de tempo investido, os que argumentam que qualquer pessoa pode aprender sozinha a “mexer em programinhas de computador”, que a faculdade é dispensável. E, finalmente, os que acreditam que qualquer engenheiro ou arquiteto pode fazer facilmente o trabalho do designer, sem ter que se especializar nisso.
No Brasil poucos entendem que o design gráfico está além de programas. Que o profissional de design não é necessariamente um bom desenhista, ou alguém que pode consertar, com maestria, um computador. O design gráfico começa com o conhecimento. E abrange áreas intermináveis.
Um estudante de design gráfico tem uma ampla grade curricular, composta por semiótica, filosofia, análises de cor, história, entre outras. O designer aprende, antes de manipular programas, os fundamentos por trás de cada peça, e os elementos necessários para conquistar seus objetivos com os clientes em potencial. Design é comunicar-se. Comunicar-se através de todos os sentidos que puderem ser explorados. Também é praticidade. A fusão entre soluções práticas e estéticas para gerar um resultado que seja útil e de boa aparência. É mudar o mundo em que se vive, a maneira de observar o cotidiano. Inovar.
A falta de compreensão de grande parte da população faz com que a vida diária do designer seja uma batalha constante, uma busca eterna de justificar o prazo, o valor cobrado por seu trabalho, a impossibilidade de se produzir certos materiais. Falta valorização, conscientização. Design é uma junção de estética e funcionalidade, mas o profissional enfrenta o mesmo dilema vivido pelos artistas. A dificuldade em fazer as pessoas perceberem a importância e seriedade de seu trabalho, e o fiasco que é pedir de graça, ou por um preço irrisório, o único produto que o profissional pode vender. Sua propriedade intelectual. Algo que foi adquirido através de anos de estudo e esforço. Algo por vezes intangível, mas extremamente significativo.
Anos de estudo são investidos em aprimoramento. O estudante apaixona-se pelo design. Por todos os tipos de design. Porque na vida, tudo é design. Embalagens, carros, computadores, tênis, roupas, óculos. O profissional observa tudo ao seu redor com olhares analíticos, sempre buscando novidades, embasando sua criatividade com conhecimento. O designer nunca descansa. Seu olhar permanece atento, sua mente trabalha incessantemente. Ser designer é ler um livro observando o papel escolhido, a disposição da diagramação do conteúdo, o significado da capa, a escolha da tipografia. É se perguntar o porquê de um livro com temática no século XVIII ser composto com uma letra criada no século XX. Ser designer é explorar motivos, beber conhecimento e disseminá-lo de forma a parecer mais claro para qualquer pessoa, através de palavras, sons, imagens, aromas, toque. Design é sentir. É transmitir sentimentos. Design é viver. Ser designer é respirar design sem descanso. É devorar o máximo de conteúdo visual e tátil. É viver. Vive-se design.
© obvious: http://lounge.obviousmag.org/vitrola_cultural/2014/12/o-design-do-cotidiano.html#ixzz3OFoN4SHS
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PUBLICADO EM DESIGN POR JANNINE DIAS
O dilema mais enfrentado entre os profissionais e estudantes de design gráfico é ter de explicar sua profissão constantemente. Você não é desenhista, não é arquiteto, não conserta computador. Afinal, porque o designer gráfico quer ser reconhecido? O que ele faz de tão especial?
Em muitas cidades brasileiras ainda se enfrenta um impasse ao escolher o design gráfico como profissão. A família geralmente se decepciona com a escolha, esperava uma profissão "mais promissora". A pergunta: “mas o que um designer gráfico faz, afinal?” É parte do cotidiano do estudante e do profissional formado. Há quem pense que o designer passa o dia desenhando, os que acreditam ser um desperdício de tempo investido, os que argumentam que qualquer pessoa pode aprender sozinha a “mexer em programinhas de computador”, que a faculdade é dispensável. E, finalmente, os que acreditam que qualquer engenheiro ou arquiteto pode fazer facilmente o trabalho do designer, sem ter que se especializar nisso.
No Brasil poucos entendem que o design gráfico está além de programas. Que o profissional de design não é necessariamente um bom desenhista, ou alguém que pode consertar, com maestria, um computador. O design gráfico começa com o conhecimento. E abrange áreas intermináveis.
Um estudante de design gráfico tem uma ampla grade curricular, composta por semiótica, filosofia, análises de cor, história, entre outras. O designer aprende, antes de manipular programas, os fundamentos por trás de cada peça, e os elementos necessários para conquistar seus objetivos com os clientes em potencial. Design é comunicar-se. Comunicar-se através de todos os sentidos que puderem ser explorados. Também é praticidade. A fusão entre soluções práticas e estéticas para gerar um resultado que seja útil e de boa aparência. É mudar o mundo em que se vive, a maneira de observar o cotidiano. Inovar.
A falta de compreensão de grande parte da população faz com que a vida diária do designer seja uma batalha constante, uma busca eterna de justificar o prazo, o valor cobrado por seu trabalho, a impossibilidade de se produzir certos materiais. Falta valorização, conscientização. Design é uma junção de estética e funcionalidade, mas o profissional enfrenta o mesmo dilema vivido pelos artistas. A dificuldade em fazer as pessoas perceberem a importância e seriedade de seu trabalho, e o fiasco que é pedir de graça, ou por um preço irrisório, o único produto que o profissional pode vender. Sua propriedade intelectual. Algo que foi adquirido através de anos de estudo e esforço. Algo por vezes intangível, mas extremamente significativo.
Anos de estudo são investidos em aprimoramento. O estudante apaixona-se pelo design. Por todos os tipos de design. Porque na vida, tudo é design. Embalagens, carros, computadores, tênis, roupas, óculos. O profissional observa tudo ao seu redor com olhares analíticos, sempre buscando novidades, embasando sua criatividade com conhecimento. O designer nunca descansa. Seu olhar permanece atento, sua mente trabalha incessantemente. Ser designer é ler um livro observando o papel escolhido, a disposição da diagramação do conteúdo, o significado da capa, a escolha da tipografia. É se perguntar o porquê de um livro com temática no século XVIII ser composto com uma letra criada no século XX. Ser designer é explorar motivos, beber conhecimento e disseminá-lo de forma a parecer mais claro para qualquer pessoa, através de palavras, sons, imagens, aromas, toque. Design é sentir. É transmitir sentimentos. Design é viver. Ser designer é respirar design sem descanso. É devorar o máximo de conteúdo visual e tátil. É viver. Vive-se design.
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