Design Gráfico. Eis a área que tem despontado no mercado de trabalho, com grande expectativas de empregabilidade. Mas para conseguir um emprego nesta área, são necessárias algumas características pessoais bem definidas, como estar antenado às tendências da mídia, ousadia, criatividade, além de diversos conhecimentos agregados nas áreas de comunicação, cultura, psicologia.
Enfim, é o trabalho ideal pra quem gosta de desafio e superação, para aqueles que estão dispostos a enfrentar com garra o mercado de trabalho e seguir trabalhando em evolução contínua e em ritmo acelerado.
Nestes moldes de profissionalismo, temos em nosso fórum, um profissional da área, que atua no mercado há um pouco mais de 1 ano, e tem despontado com grandes trabalhos, para as mais diversas empresas. Amante da música, fotografia e arte minimalista, este é Leandro Bordoni, popularmente conhecido como Ales.
Kromus Design: Ales, como foi a tua origem no mundo do design gráfico?
Ales: Bem, pra falar a verdade eu nem me lembro muito bem quando foi que eu comecei a me interessar por design, até porque faz um bom tempo, mas creio que tenha sido por volta de 2007. Fiquei uns 1 ano mais ou menos fazendo apenas sign mesmo, trabalhos normais e bem fraquinhos, acabei perdendo um pouco o gosto pela coisa, achei que não era pra isso que eu servia e parei. Em 2009 depois de ver um fórum que me mandaram por email, voltei a fazer algumas coisas, primeiro signs, depois fui migrando pra trabalhos tipográficos, etc. Nesse meio tempo eu comecei meu curso de fotografia na Panamericana de Artes, que acabou não durando muito, acabei saindo. Felizmente consegui uma Canon Rebel T2i, uma câmera reflex muito boa, profissional. Dai pra frente tirei inúmeras fotos, tomei bastante gosto por essa área e até hoje, apesar de não ter mais uma câmera, sempre tiro fotos (usando as profissionais dos amigos).
Eu sempre gostei de design, e acho que resolvi entrar na área em meados de junho de 2010. Nesse tempo trabalhava com administraçnao (fiz técnico em ADM). De outubro para dezembro passei a procurar lugares pra trabalhar, sem muito sucesso, pois meu portfólio não era muito voltado pra área publicitária. Acabei conseguindo poucos meses depois.
KD: Em algum momento de sua vida, você teve alguma outra opção a seguir a não ser DG e fotografia?
Ales: Então cara, como eu tinha falado, antes de começar a procurar trampos de DG eu trampava com administração. Tenho diploma de técnico de nível médio em administração. Mas nunca gostei muito então tratei logo de desencanar, depois de 1 ano trabalhando com isso, tinha dado. No meu 3º ano do EM eu quis fazer história, pra dar aula em faculdade, sempre gostei muito de história. Mas o design falou mais alto. Não me vejo fazendo outra coisa :)
KD: Você acha que é fundamental que a pessoa que se proponha a trabalhar nesta área faça um curso superior de design gráfico.
Ales: Na verdade eu não acho que o curso superior seja algo imprescindível. Sim, ajuda (e as vezes bastante) você estar cursando uma faculdade, pois é MUITO mais fácil você entrar em uma agência como estagiário do que como contratado (Assistente de Arte). Difícil mas não impossível. Eu por exemplo comecei a trabalhar sem ter uma faculdade, tanto que entrei já como Assistente e não como estagiário. Depois de um ano (6 meses de faculdade) subi pra Direção de Arte Jr. Claro que a faculdade me ajudou em várias coisas, me deu melhores referências e vários conceitos novos, mas o mais importante foi o que eu aprendi no trabalho, com meus colegas, com o DA e o DC (Diretores de Arte/Criação) da agência, que sempre estiveram ali para me dar dicas e me ajudar. É um complemento, não uma necessidade.
KD: Quais são suas principais fontes de inspiração e incitação de novas novas idéias?
Ales: Não costumo ir muito no cinema, prefiro ver seriados do que filmes, então não tenho eles como uma inspiração. Me inspiro muito em música e em trabalhos de artistas não muito conhecidos. Depende muito do job que eu vou fazer. Procuro sempre procurar os melhores trabalhos relacionados a cada área de design correspondente ao job que eu farei. Se for manipulação, vou procurar manipulações de bons artistas ou até mesmo fotografias, que ajudam muito na hora de estudar a iluminação do ambiente, sombras, cores realistas, etc.
Utilizo muito os sites FFFFOUND e DesignIspiration para me inspirar, acho que são ótimas ferramentas pra quem quer passar o tempo coletando novas referências.
KD: Ao observarmos alguns dos teus trabalhos, notamos uma forte relação que você mantem com a tipografia. Fale-nos um pouco a respeito desta relação.
Ales: Gosto muito de tipografia, acho que é um dos fundamentos mais importantes no design. Trabalho com ela a bastante tempo e gosto muito de pesquisar novas fontes, novos artistas, tipógrafos, estúdios, etc. Acho incrível o trabalho de algumas agências que quando formam uma nova identidade visual, criam uma família tipográfica inteira (Vide case da nova Identidade da Nextel ou da Identidade da Nokia). Acho que todo designer deve estudar sobre tipografia, é uma área ampla, com muito conteúdo interessante e estudá-la é muito gratificante. Seus trabalhos em diagramação e design gráfico melhoram 100% quando você estuda sobre kerning, leading e todos os fundamentos da tipografia.
KD: Para um profissional da área de design, o que é mais agradável e o que é mais difícil no dia a dia?
Ales: O legal dessa área é que é muito difícil uma pessoa ser Designer e não gostar do que faz. As pessoas que fazem, por exemplo, Logística, muitas vezes não fazem por que gostam, fazem porque é uma área em expansão com ótimos salários. Hoje em dia o profissional da área de criação não é lá muito bem pago. Ainda mais em agências pequenas, que não tem uma verba de JWT (Uma das maiores agências de São Paulo) para pagar 6, 7 mil reais para um Diretor de Arte. Acho que a área de marketing de muitas empresas (principalmente as mais antigas) não tem tanta visão da importância da equipe de criação em uma campanha. O cliente muitas vezes vê o designer como uma ferramenta, quando deveria na verdade enxergar como um consultor. Um designer sabe como fazer para que o público alvo veja aquilo e interprete exatamente o que o marketing quer que seja interpretado. Nós temos um know-how bastante amplo quando o assunto é enviar uma mensagem e esperar por uma resposta adequada. Um caso foi a capa do DVD 4X Timão, que fala dos 4 campeonatos brasileiros ganhos pelo Corinthians. Eu fiz a ilustração de capa que, a princípio, era totalmente diferente do que acabou sendo a final. Eles mudaram as cores, a diagramação, tudo por achar que aquilo é o certo. Depende muito de quem está do outro lado da mesa, e muitas vezes (principalmente em agências grandes) os que estão a frente da equipe não impõe as idéias da equipe de criação, e viramos ferramentas.
Mas as reuniões de brainstorms e os trabalhos em que podemos usar o máximo de nossa criatividade acabam por fazer deixar-mos tudo isso de lado. É muito gratificante pra mim trabalhar com criação.
KD: Em tuas fotografias, podemos notar um Ales pacífico observador de uma cidade frenética, em constante movimento. Conte-nos um pouco desta tua relação com a fotografia como forma de expressão artística.
Ales: Bem, desde novo sempre me interessei por fotografia, por captar momentos tão precisos que tal foto não poderia ser tirada duas vezes. Acho São Paulo uma cidade linda, com altos e baixos, com vários extremos, várias tribos, vários tipos de arquitetura, é um prato cheio pra qualquer fotógrafo. Como designer, a fotografia tem um papel muito importante, pois foi através dela que aprendi tudo que sei hoje sobre composição, regras de iluminação, perspectiva e até mesmo cores. Muita gente não entende o trabalho de um fotógrafo e acha que tudo não passa de um clique em uma câmera, mas há infinitas formas de se tirar uma foto e, no meu caso, sempre procuro olhar as coisas de um ângulo diferente dos demais. Sou da opinião de que todo Designer deveria estudar pelo menos um pouco dos fundamentos de fotografia.
KD: Por sua experiência particular, diga aos futuros designer profissionais do KD o que é necessário para consolidar uma carreira de sucesso como a tua.
Ales: Acho que o principal é entender que o que as pessoas fazem hoje e mostram em foruns de design são projetos bem fora da realidade da publicidade brasileira. Não quero dizer que esses trabalhos devem ser descartados, na verdade eles são muito importantes para o aprendizado do profissional. O que deve se levar em consideração é que não vai ser sign ou LP que um contratante vai querer ver de você. O que é necessário mostrar é que todo o seu conhecimento pode ser aplicado em uma peça publicitária, um material de ponto de venda, um folder, um banner, um logotipo ou qualquer outro material. Não lote seu portfólio de jobs, mostre os seus 15 melhores trabalhos, sempre bem apresentados, se for um poster, faça simulações com alguém segurando o seu poster, se for cartão de visita, faça alguns espalhados por uma mesa. Seja pro-ativo e, acima de tudo, mostre que você tem vontade, de aprender, de crescer, de participar. E, principalmente. Estudo, muito, em faculdade, sozinho, mas estude, e aplique esse seu conhecimento, sempre aprimore suas técnicas e atualize seu arsenal de recursos. E claro, tenha sempre a mão um papel para rabiscar uma boa idéia. De profissionais de software o mercado está cheio. O que faltam são geradores de idéias.
KD: Quais são suas expectativas para o teu futuro profissional como designer gráfico? E quais são as expectativas que você tem com relação ao futuro desta profissão para um futuro não muito distante?
Ales: Bem, para o meu futuro, creio que é me desvincular ao máximo do design publicitário. Não que eu não goste, mas a verdade é que esse tipo de design acaba sempre diminuindo nossa liberdade de criar. Tenho algumas portas abertas em agências voltadas pra Design Gráfico e acho que em 2012 eu vou encarar essas oportunidades. Creio que assumir o meu estilo vai ser muito importante pra minha carreira.
Quanto ao design, acho que o Brasil as agências estão deixando de dar importância ao design de anúncios para focar numa área específica: Promoção. Trabalhar com materiais de ponto de venda (PDV), eventos e tudo mais vai gerar muito dinheiro e muita idéia foda. Já vejo, principalmente no Shopping Eldorado (em São Paulo) vários desses pontos de venda, com foco em atrair pessoas através do entretenimento pra levá-lo para a vontade de comprar o produto. Acho a direção de arte de anúncios foda, mas promoção é o que ta crescendo.
KD: E quanto à sua vida pessoal, quais são os planos para o futuro do Leandro Bordoni?
Ales: Bem, acho que quanto ao futuro, eu não gosto muito de planejar, pois sei que muito vai depender da minha carreira. Mas é certo que pretendo o quanto antes voltar a morar sozinho. Alugar um apartamento e decorar da maneira que eu quiser, com grafite nas paredes, baldes de tintas sendo jogados, etc. Móveis brancos, estantes cheias de livro. Tenho bastante imaginação quando o assunto é decoração, acho arquitetura e design de interiores algo muito legal. Depois que estiver ganhando bem mesmo, quero um cachorro, um vira ou um Husky Siberiano, quem sabe dois. O tempo dirá.
Eis a última parte. Se alguém tiver mais alguma sugestão, posta ae!
KD: Agora um bate bola
Uma música: Difícil, mas vou com minha banda preferida: Queens of the Stone Age - Make It Wit Chu
Um filme: Documentário de design, Objectified
Um esporte: Basquete, sempre
Um amor: Minha namorada, Daniela
Uma frustração: Ter quebrado a lente da minha câmera.
Um sonho: Abrir um estúdio de design.
Um pesadelo: Ficar cego. Acho que não suportaria.
Um seriado de tv: How I Met Your Mother.
Um programa a dois: Motel (Sério).
Um programa com amigos: Bar, violão, conversa, odeio balada.
Um animal: Cachorro
Um exemplo de vida: Po, não sou muito de ídolos, mas dois caras que eu admiro bastante são: Carlos Hohol (Diretor de Arte na agência que eu trabalho) e o Diego Bellorin (Diretor de criação da Questto|Nó)
Uma cidade: Parati - Rio de Janeiro
Um país: Alemanha, sempre.
Uma palavra: Criar
Se mais alguem tiver alguma sugestão, pode falar ae, que nós estamos aceitando.
Lembrando que a proposta da Steeph eh que a entrevista seja o mais profissional possível, então, não viagem muito tb! hihi
Teeph, se vc aprovar e ninguem tiver mais sugestões, vou proceder a correção gramatical.
;)
Enfim, é o trabalho ideal pra quem gosta de desafio e superação, para aqueles que estão dispostos a enfrentar com garra o mercado de trabalho e seguir trabalhando em evolução contínua e em ritmo acelerado.
Nestes moldes de profissionalismo, temos em nosso fórum, um profissional da área, que atua no mercado há um pouco mais de 1 ano, e tem despontado com grandes trabalhos, para as mais diversas empresas. Amante da música, fotografia e arte minimalista, este é Leandro Bordoni, popularmente conhecido como Ales.
Kromus Design: Ales, como foi a tua origem no mundo do design gráfico?
Ales: Bem, pra falar a verdade eu nem me lembro muito bem quando foi que eu comecei a me interessar por design, até porque faz um bom tempo, mas creio que tenha sido por volta de 2007. Fiquei uns 1 ano mais ou menos fazendo apenas sign mesmo, trabalhos normais e bem fraquinhos, acabei perdendo um pouco o gosto pela coisa, achei que não era pra isso que eu servia e parei. Em 2009 depois de ver um fórum que me mandaram por email, voltei a fazer algumas coisas, primeiro signs, depois fui migrando pra trabalhos tipográficos, etc. Nesse meio tempo eu comecei meu curso de fotografia na Panamericana de Artes, que acabou não durando muito, acabei saindo. Felizmente consegui uma Canon Rebel T2i, uma câmera reflex muito boa, profissional. Dai pra frente tirei inúmeras fotos, tomei bastante gosto por essa área e até hoje, apesar de não ter mais uma câmera, sempre tiro fotos (usando as profissionais dos amigos).
Eu sempre gostei de design, e acho que resolvi entrar na área em meados de junho de 2010. Nesse tempo trabalhava com administraçnao (fiz técnico em ADM). De outubro para dezembro passei a procurar lugares pra trabalhar, sem muito sucesso, pois meu portfólio não era muito voltado pra área publicitária. Acabei conseguindo poucos meses depois.
KD: Em algum momento de sua vida, você teve alguma outra opção a seguir a não ser DG e fotografia?
Ales: Então cara, como eu tinha falado, antes de começar a procurar trampos de DG eu trampava com administração. Tenho diploma de técnico de nível médio em administração. Mas nunca gostei muito então tratei logo de desencanar, depois de 1 ano trabalhando com isso, tinha dado. No meu 3º ano do EM eu quis fazer história, pra dar aula em faculdade, sempre gostei muito de história. Mas o design falou mais alto. Não me vejo fazendo outra coisa :)
KD: Você acha que é fundamental que a pessoa que se proponha a trabalhar nesta área faça um curso superior de design gráfico.
Ales: Na verdade eu não acho que o curso superior seja algo imprescindível. Sim, ajuda (e as vezes bastante) você estar cursando uma faculdade, pois é MUITO mais fácil você entrar em uma agência como estagiário do que como contratado (Assistente de Arte). Difícil mas não impossível. Eu por exemplo comecei a trabalhar sem ter uma faculdade, tanto que entrei já como Assistente e não como estagiário. Depois de um ano (6 meses de faculdade) subi pra Direção de Arte Jr. Claro que a faculdade me ajudou em várias coisas, me deu melhores referências e vários conceitos novos, mas o mais importante foi o que eu aprendi no trabalho, com meus colegas, com o DA e o DC (Diretores de Arte/Criação) da agência, que sempre estiveram ali para me dar dicas e me ajudar. É um complemento, não uma necessidade.
KD: Quais são suas principais fontes de inspiração e incitação de novas novas idéias?
Ales: Não costumo ir muito no cinema, prefiro ver seriados do que filmes, então não tenho eles como uma inspiração. Me inspiro muito em música e em trabalhos de artistas não muito conhecidos. Depende muito do job que eu vou fazer. Procuro sempre procurar os melhores trabalhos relacionados a cada área de design correspondente ao job que eu farei. Se for manipulação, vou procurar manipulações de bons artistas ou até mesmo fotografias, que ajudam muito na hora de estudar a iluminação do ambiente, sombras, cores realistas, etc.
Utilizo muito os sites FFFFOUND e DesignIspiration para me inspirar, acho que são ótimas ferramentas pra quem quer passar o tempo coletando novas referências.
KD: Ao observarmos alguns dos teus trabalhos, notamos uma forte relação que você mantem com a tipografia. Fale-nos um pouco a respeito desta relação.
Ales: Gosto muito de tipografia, acho que é um dos fundamentos mais importantes no design. Trabalho com ela a bastante tempo e gosto muito de pesquisar novas fontes, novos artistas, tipógrafos, estúdios, etc. Acho incrível o trabalho de algumas agências que quando formam uma nova identidade visual, criam uma família tipográfica inteira (Vide case da nova Identidade da Nextel ou da Identidade da Nokia). Acho que todo designer deve estudar sobre tipografia, é uma área ampla, com muito conteúdo interessante e estudá-la é muito gratificante. Seus trabalhos em diagramação e design gráfico melhoram 100% quando você estuda sobre kerning, leading e todos os fundamentos da tipografia.
KD: Para um profissional da área de design, o que é mais agradável e o que é mais difícil no dia a dia?
Ales: O legal dessa área é que é muito difícil uma pessoa ser Designer e não gostar do que faz. As pessoas que fazem, por exemplo, Logística, muitas vezes não fazem por que gostam, fazem porque é uma área em expansão com ótimos salários. Hoje em dia o profissional da área de criação não é lá muito bem pago. Ainda mais em agências pequenas, que não tem uma verba de JWT (Uma das maiores agências de São Paulo) para pagar 6, 7 mil reais para um Diretor de Arte. Acho que a área de marketing de muitas empresas (principalmente as mais antigas) não tem tanta visão da importância da equipe de criação em uma campanha. O cliente muitas vezes vê o designer como uma ferramenta, quando deveria na verdade enxergar como um consultor. Um designer sabe como fazer para que o público alvo veja aquilo e interprete exatamente o que o marketing quer que seja interpretado. Nós temos um know-how bastante amplo quando o assunto é enviar uma mensagem e esperar por uma resposta adequada. Um caso foi a capa do DVD 4X Timão, que fala dos 4 campeonatos brasileiros ganhos pelo Corinthians. Eu fiz a ilustração de capa que, a princípio, era totalmente diferente do que acabou sendo a final. Eles mudaram as cores, a diagramação, tudo por achar que aquilo é o certo. Depende muito de quem está do outro lado da mesa, e muitas vezes (principalmente em agências grandes) os que estão a frente da equipe não impõe as idéias da equipe de criação, e viramos ferramentas.
Mas as reuniões de brainstorms e os trabalhos em que podemos usar o máximo de nossa criatividade acabam por fazer deixar-mos tudo isso de lado. É muito gratificante pra mim trabalhar com criação.
KD: Em tuas fotografias, podemos notar um Ales pacífico observador de uma cidade frenética, em constante movimento. Conte-nos um pouco desta tua relação com a fotografia como forma de expressão artística.
Ales: Bem, desde novo sempre me interessei por fotografia, por captar momentos tão precisos que tal foto não poderia ser tirada duas vezes. Acho São Paulo uma cidade linda, com altos e baixos, com vários extremos, várias tribos, vários tipos de arquitetura, é um prato cheio pra qualquer fotógrafo. Como designer, a fotografia tem um papel muito importante, pois foi através dela que aprendi tudo que sei hoje sobre composição, regras de iluminação, perspectiva e até mesmo cores. Muita gente não entende o trabalho de um fotógrafo e acha que tudo não passa de um clique em uma câmera, mas há infinitas formas de se tirar uma foto e, no meu caso, sempre procuro olhar as coisas de um ângulo diferente dos demais. Sou da opinião de que todo Designer deveria estudar pelo menos um pouco dos fundamentos de fotografia.
KD: Por sua experiência particular, diga aos futuros designer profissionais do KD o que é necessário para consolidar uma carreira de sucesso como a tua.
Ales: Acho que o principal é entender que o que as pessoas fazem hoje e mostram em foruns de design são projetos bem fora da realidade da publicidade brasileira. Não quero dizer que esses trabalhos devem ser descartados, na verdade eles são muito importantes para o aprendizado do profissional. O que deve se levar em consideração é que não vai ser sign ou LP que um contratante vai querer ver de você. O que é necessário mostrar é que todo o seu conhecimento pode ser aplicado em uma peça publicitária, um material de ponto de venda, um folder, um banner, um logotipo ou qualquer outro material. Não lote seu portfólio de jobs, mostre os seus 15 melhores trabalhos, sempre bem apresentados, se for um poster, faça simulações com alguém segurando o seu poster, se for cartão de visita, faça alguns espalhados por uma mesa. Seja pro-ativo e, acima de tudo, mostre que você tem vontade, de aprender, de crescer, de participar. E, principalmente. Estudo, muito, em faculdade, sozinho, mas estude, e aplique esse seu conhecimento, sempre aprimore suas técnicas e atualize seu arsenal de recursos. E claro, tenha sempre a mão um papel para rabiscar uma boa idéia. De profissionais de software o mercado está cheio. O que faltam são geradores de idéias.
KD: Quais são suas expectativas para o teu futuro profissional como designer gráfico? E quais são as expectativas que você tem com relação ao futuro desta profissão para um futuro não muito distante?
Ales: Bem, para o meu futuro, creio que é me desvincular ao máximo do design publicitário. Não que eu não goste, mas a verdade é que esse tipo de design acaba sempre diminuindo nossa liberdade de criar. Tenho algumas portas abertas em agências voltadas pra Design Gráfico e acho que em 2012 eu vou encarar essas oportunidades. Creio que assumir o meu estilo vai ser muito importante pra minha carreira.
Quanto ao design, acho que o Brasil as agências estão deixando de dar importância ao design de anúncios para focar numa área específica: Promoção. Trabalhar com materiais de ponto de venda (PDV), eventos e tudo mais vai gerar muito dinheiro e muita idéia foda. Já vejo, principalmente no Shopping Eldorado (em São Paulo) vários desses pontos de venda, com foco em atrair pessoas através do entretenimento pra levá-lo para a vontade de comprar o produto. Acho a direção de arte de anúncios foda, mas promoção é o que ta crescendo.
KD: E quanto à sua vida pessoal, quais são os planos para o futuro do Leandro Bordoni?
Ales: Bem, acho que quanto ao futuro, eu não gosto muito de planejar, pois sei que muito vai depender da minha carreira. Mas é certo que pretendo o quanto antes voltar a morar sozinho. Alugar um apartamento e decorar da maneira que eu quiser, com grafite nas paredes, baldes de tintas sendo jogados, etc. Móveis brancos, estantes cheias de livro. Tenho bastante imaginação quando o assunto é decoração, acho arquitetura e design de interiores algo muito legal. Depois que estiver ganhando bem mesmo, quero um cachorro, um vira ou um Husky Siberiano, quem sabe dois. O tempo dirá.
Eis a última parte. Se alguém tiver mais alguma sugestão, posta ae!
KD: Agora um bate bola
Uma música: Difícil, mas vou com minha banda preferida: Queens of the Stone Age - Make It Wit Chu
Um filme: Documentário de design, Objectified
Um esporte: Basquete, sempre
Um amor: Minha namorada, Daniela
Uma frustração: Ter quebrado a lente da minha câmera.
Um sonho: Abrir um estúdio de design.
Um pesadelo: Ficar cego. Acho que não suportaria.
Um seriado de tv: How I Met Your Mother.
Um programa a dois: Motel (Sério).
Um programa com amigos: Bar, violão, conversa, odeio balada.
Um animal: Cachorro
Um exemplo de vida: Po, não sou muito de ídolos, mas dois caras que eu admiro bastante são: Carlos Hohol (Diretor de Arte na agência que eu trabalho) e o Diego Bellorin (Diretor de criação da Questto|Nó)
Uma cidade: Parati - Rio de Janeiro
Um país: Alemanha, sempre.
Uma palavra: Criar
Se mais alguem tiver alguma sugestão, pode falar ae, que nós estamos aceitando.
Lembrando que a proposta da Steeph eh que a entrevista seja o mais profissional possível, então, não viagem muito tb! hihi
Teeph, se vc aprovar e ninguem tiver mais sugestões, vou proceder a correção gramatical.
;)
Última edição por Dulcyy em Qui Nov 24, 2011 12:25 pm, editado 6 vez(es)