A ORIGEM CIENTÍFICA DA CRIATIVIDADE
Se a inteligência e criatividade fossem dois softwares, seus requisitos de sistema seriam muito diferentes.
A inteligência funcionaria melhor em supercomputadores com sistemas de resfriamento por líquidos. A criatividade, por sua vez, se sentiria em casa com um velho Atari. A comparação pode ser esdrúxula, mas serve muito bem para explicar as últimas descobertas da neurociência sobre a criatividade.
Rex Jung é neurocientista na Universidade do Novo México, nos Estados Unidos. Ele estuda o que acontece durante atividades criativas. “Menos é mais quando se fala de criatividade”, afirma Rex. “Níveis baixos de certas substâncias, baixa espessura cortical em regiões do lóbulo frontal e baixa integridade em estruturas de massa branca estão relacionados com criatividade alta.” Para a inteligência, a situação se inverte: “Mais é sempre melhor neste caso. Grandes espessuras corticais estão quase sempre associadas à inteligência”.
Rex é membro de uma nova escola da neurociência: a neofrenologia, que se distancia da ideia de que certas áreas do cérebro são responsáveis por tarefas específicas. Em vez disso, os neofrenologistas falam em redes, nódulos e integridade de conexões. Apesar disso, ainda acreditam que algumas áreas cerebrais são importantes para certos tipos de pensamento: “As redes dentro dos lóbulos frontais e as estruturas subcortais parecem desempenhar um papel importante para a criatividade”, explica o cientista.
No entanto, a coisa não é tão simples assim, pois essas mesas áreas também podem ser cruciais para várias outras funções. Por isso, uma teoria que tem muito crédito hoje é a de que o cérebro está em constante mudança, criando e quebrando conexões para definir novas configurações de rede. Cada estrutura física influencia os tipos de rede que serão reproduzidos com mais eficiência. Aparentemente, o pensamento criativo precisa de uma rede que administre situações inesperadas, um ambiente onde conexões inusitadas e conclusões ilógicas possam se desenvolver e virar uma grande ideia. Em outras palavras, a criatividade precisa de bagunça.
Se você tiver uma cabeça megaorganizada, não se desespere. “Pedimos que um grupo de pessoas jogasse Tetris por três meses e verificamos que, ao final desse período, a estrutura de seus cérebros mudou”, conta Rex. Sendo assim, levante-se pegue seu sketchbook e comece a rabiscar. Afinal a criatividade também é uma questão de treino.
CINCO MANEIRAS DE TER IDEIAS MELHORES
Relaxe
A criatividade não funciona bem sob pressão, pois o cérebro tende a usar suas ferramentas analíticas quando o bicho pega. Se precisar criar algo inovador, lembre-se de que grandes ideias tem mais chance de aparecer em um ambiente calmo – pense em Arquimedes e sua banheira, ou Beethoven e suas caminhadas.
Mude alguma coisa
Brancos criativos acontecem, mas pesquisas da Universidade de Bristol sugerem que a solução para esse mal que assola muitos profissionais pode estar em uma simples mudança de ares. Se você estiver passando por isso, experimente dar uma volta em um parque e veja o que acontece. Se não der certo, tente o bar mais próximo!
Fique no azul
Pesquisas da Universidade da Columbia Britânica, no Canadá, indicam que as cores podem afetar o seu estado mental. O vermelho parece ajudar na memória e o azul tem um efeito notável na criatividade. As pessoas que participaram dessa pesquisa apenas se sentaram diante de monitores que mostravam certas cores. Imagine o que pode acontecer se você pintar o seu estúdio inteiro de azul!
Espelho, espelho meu
Tida como a mais sincera das homenagens, a imitação também pode ser uma das melhores maneiras de aprender a criar, graças a estruturas cerebrais chamadas “neurônios espelho”. Apesar de seu funcionamento não ser completamente compreendido pelos cientistas, sabe-se que entram em atividade quando as pessoas vêem alguém desempenhando alguma atividade, como se elas estivessem fazendo a mesma coisa. A neurociência já apontou o envolvimento dos neurônios espelho em muitas funções. Entre elas, está o aprendizado da linguagem.
Misture tudo
Todo mundo sabe que um pouco de aleatoriedade pode gerar resultados incríveis. Sua mente pode gerar resultados incríveis. Sua mente pode ser incentivada a pensar de forma mais criativa quando forçada a criar relações entre objetos que aparentemente não têm nada a ver uns com os outros. Antes de começar a trabalhar, jogue seu game favorito ou assista a um pouco de televisão para aquecer os motores cerebrais.
Referência:
MARK PENFOLD. A origem científica da criatividade. Computer Arts Br, São Paulo, 38, p. 58-59, Outubro 2010.
Se a inteligência e criatividade fossem dois softwares, seus requisitos de sistema seriam muito diferentes.
A inteligência funcionaria melhor em supercomputadores com sistemas de resfriamento por líquidos. A criatividade, por sua vez, se sentiria em casa com um velho Atari. A comparação pode ser esdrúxula, mas serve muito bem para explicar as últimas descobertas da neurociência sobre a criatividade.
Rex Jung é neurocientista na Universidade do Novo México, nos Estados Unidos. Ele estuda o que acontece durante atividades criativas. “Menos é mais quando se fala de criatividade”, afirma Rex. “Níveis baixos de certas substâncias, baixa espessura cortical em regiões do lóbulo frontal e baixa integridade em estruturas de massa branca estão relacionados com criatividade alta.” Para a inteligência, a situação se inverte: “Mais é sempre melhor neste caso. Grandes espessuras corticais estão quase sempre associadas à inteligência”.
Rex é membro de uma nova escola da neurociência: a neofrenologia, que se distancia da ideia de que certas áreas do cérebro são responsáveis por tarefas específicas. Em vez disso, os neofrenologistas falam em redes, nódulos e integridade de conexões. Apesar disso, ainda acreditam que algumas áreas cerebrais são importantes para certos tipos de pensamento: “As redes dentro dos lóbulos frontais e as estruturas subcortais parecem desempenhar um papel importante para a criatividade”, explica o cientista.
No entanto, a coisa não é tão simples assim, pois essas mesas áreas também podem ser cruciais para várias outras funções. Por isso, uma teoria que tem muito crédito hoje é a de que o cérebro está em constante mudança, criando e quebrando conexões para definir novas configurações de rede. Cada estrutura física influencia os tipos de rede que serão reproduzidos com mais eficiência. Aparentemente, o pensamento criativo precisa de uma rede que administre situações inesperadas, um ambiente onde conexões inusitadas e conclusões ilógicas possam se desenvolver e virar uma grande ideia. Em outras palavras, a criatividade precisa de bagunça.
Se você tiver uma cabeça megaorganizada, não se desespere. “Pedimos que um grupo de pessoas jogasse Tetris por três meses e verificamos que, ao final desse período, a estrutura de seus cérebros mudou”, conta Rex. Sendo assim, levante-se pegue seu sketchbook e comece a rabiscar. Afinal a criatividade também é uma questão de treino.
CINCO MANEIRAS DE TER IDEIAS MELHORES
Relaxe
A criatividade não funciona bem sob pressão, pois o cérebro tende a usar suas ferramentas analíticas quando o bicho pega. Se precisar criar algo inovador, lembre-se de que grandes ideias tem mais chance de aparecer em um ambiente calmo – pense em Arquimedes e sua banheira, ou Beethoven e suas caminhadas.
Mude alguma coisa
Brancos criativos acontecem, mas pesquisas da Universidade de Bristol sugerem que a solução para esse mal que assola muitos profissionais pode estar em uma simples mudança de ares. Se você estiver passando por isso, experimente dar uma volta em um parque e veja o que acontece. Se não der certo, tente o bar mais próximo!
Fique no azul
Pesquisas da Universidade da Columbia Britânica, no Canadá, indicam que as cores podem afetar o seu estado mental. O vermelho parece ajudar na memória e o azul tem um efeito notável na criatividade. As pessoas que participaram dessa pesquisa apenas se sentaram diante de monitores que mostravam certas cores. Imagine o que pode acontecer se você pintar o seu estúdio inteiro de azul!
Espelho, espelho meu
Tida como a mais sincera das homenagens, a imitação também pode ser uma das melhores maneiras de aprender a criar, graças a estruturas cerebrais chamadas “neurônios espelho”. Apesar de seu funcionamento não ser completamente compreendido pelos cientistas, sabe-se que entram em atividade quando as pessoas vêem alguém desempenhando alguma atividade, como se elas estivessem fazendo a mesma coisa. A neurociência já apontou o envolvimento dos neurônios espelho em muitas funções. Entre elas, está o aprendizado da linguagem.
Misture tudo
Todo mundo sabe que um pouco de aleatoriedade pode gerar resultados incríveis. Sua mente pode gerar resultados incríveis. Sua mente pode ser incentivada a pensar de forma mais criativa quando forçada a criar relações entre objetos que aparentemente não têm nada a ver uns com os outros. Antes de começar a trabalhar, jogue seu game favorito ou assista a um pouco de televisão para aquecer os motores cerebrais.
Referência:
MARK PENFOLD. A origem científica da criatividade. Computer Arts Br, São Paulo, 38, p. 58-59, Outubro 2010.